Na hora de investir, você fica curioso para saber se a ação escolhida está na composição do Ibovespa? O principal índice da Bolsa de Valores atualmente é composto por 92 ativos de 89 empresas.
Porém, essa composição vira e mexe é alterada. Isso acontece porque de tempos em tempos são divulgadas prévias de carteiras teóricas. Na prática, isso consiste num rebalanceamento e que serve para ajustar o peso de cada ativo na composição do Ibovespa.
Dessa forma, não é de se estranhar que a ação com maior alta do dia possa não fazer parte do Ibov. No nosso Telegram, por exemplo, trazemos diariamente a abertura, radar de mercado e fechamento dos papéis que compõem o Ibovespa. Para ficar antenado é só seguir o canal.
Acompanhe ao longo do artigo os critérios da composição do Ibovespa, além das ações com maior participação.
O que é o índice Bovespa?
O Ibovespa é o principal índice do mercado acionário brasileiro, servindo de termômetro para o desempenho das ações da B3. O IBOV é um índice de retorno total, ou seja, para além da variação dos preços, ele busca refletir o impacto do pagamento de dividendos, juros sobre capital próprio, direitos de subscrição e outros proventos sobre o retorno do índice.
Sendo um índice amplo, qualquer ação ou unit de empresas listadas na Bolsa de Valores brasileira (B3) é elegível para compor o Ibovespa, desde que se adequem aos critérios de inclusão. Ele funciona como uma carteira teórica para o mercado brasileiro, uma vez que ele contempla apenas 90 das mais de 400 empresas listadas na Bolsa de Valores. Assim, muitas vezes quando se refere à maior alta ou maior baixa do Ibovespa no dia, não necessariamente será a maior alta ou baixa da bolsa.
Ao reproduzir o desempenho somente das ações mais negociadas na B3, o índice possui alta volatilidade e está bastante exposto às oscilações de ativos de empresas associadas a commodities, que possuem forte participação no índice, como Vale e Petrobras, assim como grandes instituições financeiras, como Itaú e Bradesco.
Normalmente, o Ibovespa é utilizado como um benchmark para o desempenho de diversos investimentos em renda variável, sendo o objetivo de diversos gestores e fundos superar a performance do índice de mercado brasileiro.
Na plataforma do Gorila, é possível observar claramente esse desempenho e comparar a rentabilidade dos seus ativos, como ações e units, com o Ibovespa.
O índice têm sua carteira reavaliada a cada quatro meses, com vigência entre os meses de janeiro a abril, maio a agosto e setembro a dezembro, entrando em vigor na primeira segunda-feira do primeiro mês de vigência. A B3 também divulga regularmente três prévias das novas composições dos índices:
1ª prévia: no primeiro pregão do último mês de vigência da carteira em vigor;
2ª prévia: no pregão seguinte ao dia 15 do último mês de vigência da carteira em vigor;
3ª prévia: no penúltimo pregão de vigência da carteira em vigor.
Quais são os critérios de inclusão?
Há quatro critérios que todos os ativos devem atender para que possam compor o índice Bovespa, são eles:
Representar 85%, em ordem decrescente do Índice de Negociabilidade (IN), dos ativos mais negociados tanto em volume financeiro quanto em número de negócios nos últimos 12 meses (período de vigência das três carteiras anteriores).
Ter sido negociado em pelo menos 95% dos pregões dos últimos 12 meses (período de vigência das três carteiras anteriores).
Possuir participação de, no mínimo, 0,1% no volume financeiro negociado no mercado a vista durante os últimos 12 meses (período de vigência das três carteiras anteriores).
Não pode ser classificado como Penny Stock, ação com cotação média menor que R$ 1, nem estar em processo de recuperação judicial.
Ainda, caso a oferta pública de um ativo tenha sido realizada durante os meses de vigência das últimas três carteiras, o ativo ainda será elegível, desde que a oferta não tenha ocorrido nos últimos quatro meses (período de vigência da última carteira) e atenda aos critérios anteriores para o período de negociação em questão.
Quais são os critérios de ponderação?
Ao serem incorporados ao índice, os ativos receberão seus pesos de acordo com os respectivos valores de mercado do free float (aqueles disponíveis para negociação) de todas as suas ações. Ainda, a ponderação dos ativos não pode ser superior ao dobro da participação que ele teria caso fosse considerado apenas o Índice de Negociabilidade (liquidez do ativo).
Além disso, a participação dos ativos de uma companhia na carteira não poderá ser superior a 20% da composição do índice e, caso isso ocorra, os valores serão reajustados para que se adequem os critérios pré-estabelecidos.
Carteira Teórica: setembro a dezembro
ATIVO
EMPRESA
PARTICIPAÇÃO (%)
ABEV3
AMBEV S/A
3.157
ALPA4
ALPARGATAS
0.196
AMER3
AMERICANAS
0.711
ASAI3
ASSAI
0.603
AZUL4
AZUL
0.357
B3SA3
B3
3.953
BBAS3
BRASIL
2.343
BBDC3
BRADESCO
1.123
BBDC4
BRADESCO
4.606
BBSE3
BBSEGURIDADE
0.848
BEEF3
MINERVA
0.17
BIDI11
BANCO INTER
0.435
BPAC11
BTGP BANCO
1.492
BPAN4
BANCO PAN
0.159
BRAP4
BRADESPAR
0.346
BRFS3
BRF SA
0.726
BRKM5
BRASKEM
0.529
BRML3
BR MALLS PAR
0.388
CASH3
MELIUZ
0.051
CCRO3
CCR SA
0.687
CIEL3
CIELO
0.193
CMIG4
CEMIG
0.778
CMIN3
CSNMINERACAO
0.264
COGN3
COGNA ON
0.222
CPFE3
CPFL ENERGIA
0.307
CPLE6
COPEL
0.537
CRFB3
CARREFOUR BR
0.42
CSAN3
COSAN
1.221
CSNA3
SID NACIONAL
0.65
CVCB3
CVC BRASIL
0.148
CYRE3
CYRELA REALT
0.198
DXCO3
DEXCO
0.189
ECOR3
ECORODOVIAS
0.116
EGIE3
ENGIE BRASIL
0.531
ELET3
ELETROBRAS
0.719
ELET6
ELETROBRAS
0.484
EMBR3
EMBRAER
0.518
ENBR3
ENERGIAS BR
0.243
ENEV3
ENEVA
0.856
ENGI11
ENERGISA
0.588
EQTL3
EQUATORIAL
1.366
EZTC3
EZTEC
0.079
FLRY3
FLEURY
0.217
GGBR4
GERDAU
1.524
GOAU4
GERDAU MET
0.394
GOLL4
GOL
0.126
HAPV3
HAPVIDA
1.939
HYPE3
HYPERA
0.762
IGTI11
IGUATEMI S.A
0.185
IRBR3
IRBBRASIL RE
0.173
ITSA4
ITAUSA
2.165
ITUB4
ITAUUNIBANCO
5.662
JBSS3
JBS
2.425
JHSF3
JHSF PART
0.1
KLBN11
KLABIN S/A
0.837
LCAM3
LOCAMERICA
0.374
LREN3
LOJAS RENNER
1.153
LWSA3
LOCAWEB
0.149
MGLU3
MAGAZ LUIZA
0.702
MRFG3
MARFRIG
0.324
MRVE3
MRV
0.151
MULT3
MULTIPLAN
0.334
NTCO3
GRUPO NATURA
0.77
PCAR3
P.ACUCAR-CBD
0.158
PETR3
PETROBRAS
4.493
PETR4
PETROBRAS
6.864
PETZ3
PETZ
0.254
POSI3
POSITIVO TEC
0.029
PRIO3
PETRORIO
1.112
QUAL3
QUALICORP
0.182
RADL3
RAIADROGASIL
1.113
RAIL3
RUMO S.A.
0.988
RDOR3
REDE D OR
1.408
RENT3
LOCALIZA
1.555
RRRP3
3R PETROLEUM
0.46
SANB11
SANTANDER BR
0.572
SBSP3
SABESP
0.752
SLCE3
SLC AGRICOLA
0.241
SOMA3
GRUPO SOMA
0.291
SULA11
SUL AMERICA
0.373
SUZB3
SUZANO S.A.
1.79
TAEE11
TAESA
0.477
TIMS3
TIM
0.541
TOTS3
TOTVS
0.825
UGPA3
ULTRAPAR
0.705
USIM5
USIMINAS
0.289
VALE3
VALE
15.583
VBBR3
VIBRA
1.187
VIIA3
VIA
0.235
VIVT3
TELEF BRASIL
1.091
WEGE3
WEG
2.219
YDUQ3
YDUQS PART
0.241
Fonte: B3.
Principais alterações
Sem mudanças em relação às prévias divulgadas para o quadrimestre que se inicia em setembro, a carteira teórica do Ibovespa, publicada no dia 05/09, introduziu alterações relevantes na composição do índice, quando comparada à carteira anterior.
Apesar de poucas movimentações na ordem dos dez ativos de maior participação, foram os papéis de maior peso que sofreram as maiores alterações. O ativo com maior incremento em participação foi o ELET3 (+2,5 p.p.), após a desestatização da companhia, passando a ocupar a oitava colocação, com as ações preferências da empresa (ELET6) também ganhando peso. Na outra ponta, a Vale perdeu 1,89 p.p. de participação.
Além da inclusão dos papéis da Arezzo (ARZZ3), Raízen (RAIZ4) e São Martinho (SMTO3), o ativo da JHSF (JHSF3) deixou de compor o índice, que passou a somar 92 ativos de 89 empresas. Ainda, antes do fechamento do quadrimestre, a BIDI11 e a LCAM3 já haviam deixado o índice após pararem de ser negociadas na bolsa.
Apesar de contar com pequenas alterações em suas colocações e participações ao longo dos anos, as cinco principais ações que compõem o índice Bovespa (VALE3, PETR4, ITUB4, BBDC4 e PETR3) se revezam no topo desde 2020 (mais tempo se considerarmos também os papéis da B3).
Para setembro, as posições sofreram leves alterações, com PETR3 subindo e BBDC4 descendo. No quadrimestre, o setor financeiro segue em expansão, enquanto commodities perdem força. Veja as principais alterações:
Ativo
mai – ago
set – dez
VALE3
15.583
13.697
PETR4
6.864
7.306
ITUB4
5.662
6.101
PETR3
4.493
4.792
BBDC4
4.606
4.766
Os cinco principais ativos do índice Bovespa acumulam participação de 36,66%.
1 – Vale (VALE3):
A Vale, privatizada em 1997, é atualmente a segunda maior empresa de capital aberto brasileira, com valor de mercado em torno de R$ 326 bilhões. A empresa atua principalmente no setor de extração mineral, sendo a segunda maior mineradora do mundo, e ocupa a primeira colocação na produção de minério ferro e a segunda na produção de níquel. Ainda, destacam-se as produções de carvão, cobre, manganês e alumínio e sua atuação no setor de logística, energia e siderurgia.
A mineradora também ocupa a terceira posição em receita líquida no país, arrecadando R$ 293,5 bilhões no ano passado, além de superar a Petrobras e registrar o maior lucro líquido nominal de uma empresa de capital aberto no Brasil, com faturamento de R$ 121,2 bilhões em 2021. Além de deter a maior participação no índice Bovespa, os papéis da empresa também são negociados na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), integrando o índice industrial Dow Jones.
2 e 4 – Petrobras (PETR4 e PETR3):
Tanto as ações ordinárias quanto as ações preferenciais da estatal de energia brasileira, Petrobras, compõem as cinco primeiras colocações de maior peso no índice Bovespa. A empresa, que opera sob economia mista, com o Estado possuindo mais de 35% de participação na composição acionária, atua no setor de energia, participando de diversas fases do processo de extração, produção e comercialização do petróleo. Sendo uma das maiores petrolíferas do mundo, a estatal atua em mais de 25 países e está listada nas bolsas brasileira, americana, argentina e espanhola.
Com valor de mercado em torno de R$ 436 bilhões, a petrolífera é a maior empresa brasileira em receita líquida (R$ 452,7 bilhões em 2021) e registrou o segundo maior lucro líquido do ano passado, acumulando cerca de R$ 106,7 bilhões. Como boas pagadoras de dividendos, em 2021, a Petrobras e a Vale, somadas, pagaram mais dividendos do que todas as outras empresas da B3 juntas, totalizando R$ 146 bilhões.
Fundado em 2008, a partir da fusão entre o Banco Itaú e o Unibanco, o gigante do mercado financeiro é um dos mais tradicionais e, atualmente, o maior banco brasileiro. Com valor de mercado de R$ 244 bilhões, a empresa figura na terceira colocação entre as maiores participações no Ibovespa.
Em estudo recente elaborado pela plataforma de consultoria Economática, levantou-se que, dentre os dez bancos mais rentáveis do mundo, quatro são brasileiros e o Itaú se posiciona na 5ª colocação, com o retorno sobre o patrimônio de 17,3%. Também recentemente, a instituição firmou uma joint venture com a companhia de software brasileira, Totvs, para a criação de uma plataforma digital de serviços financeiros para pequenas e médias empresas, à qual o mercado olhou com bons olhos.
5 – Bradesco (BBDC4):
Com a 5ª maior participação no índice do mercado brasileiro e mais de 70 milhões de clientes, o Bradesco é o segundo maior banco privado do Brasil, atrás apenas do Itaú. Seu valor de mercado ronda a casa dos R$ 190 bilhões e a instituição obteve o 4º maior lucro de 2021 (R$ 22 bilhões), atrás do Itaú (R$ 25 bilhões).
Suas ações ordinárias também compõem o índice Bovespa, porém com uma participação quatro vezes menor. Na lista de maiores rentabilidades divulgada pela Economática, o Bradesco se encontra na oitava colocação, atrás do Banco do Brasil, com retorno sobre o patrimônio de 15,2%.
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