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Melhores ações maio 2022: altas e baixas

O Ibovespa encerrou o mês passado com alta de 3,22%. Entenda o contexto desse período e veja quais foram as piores e melhores ações de maio de 2022.
Atualizado em 25/07/2022
8 min de leitura

Maio foi um mês onde o Ibovespa voltou para trajetória positiva. O principal índice da bolsa fechou o período com alta de 3,22%, aos 111.350 pontos. E foi em meio a alta de juros nos Estados Unidos e boas notícias vindas da China que a B3 operou.

Quer saber quais foram as piores e melhores ações de maio de 2022? Continue lendo para ver o ranking e entender o que explica a performance das companhias.  

Melhores ações maio 2022: maiores altas do Ibovespa

AltasAtivoEmpresaVariação (%)
1CIEL3Cielo16,18%
2BRFS3BRF15,24%
3BBDC4Bradesco (PN)14,02%
4ENEV3Eneva13,56%
5BBDC3Cielo13,21%

Fonte: GorilaFLOW.

1 – Cielo (CIEL3) 

Seguindo a tendência de valorização que a acompanha desde o início do ano, a Cielo (CIEL3) liderou as altas de maio, aos 16,18%. O principal catalisador da subida foi a divulgação dos resultados do 1° trimestre, onde a companhia registrou lucro líquido de R$ 184,4 milhões. 

Outro fator que contribuiu para o bom desempenho foi a redução do ICMS, que aumenta a expectativa do consumo e favorece o varejo. Além disso, o JPMorgan elevou a recomendação da Cielo para “overweight” (equivalente à compra), após cinco anos de recomendações neutras e “underweight”. 

No gráfico de rentabilidade extraído do Gorila, vemos que, mesmo com a queda no início do mês, a CIEL3 se recuperou o suficiente para conquistar o primeiro lugar do ranking.

Fique por dentro dos resultados:
Temporada de balanços: análise e principais resultados do 1T22

2 – BRF (BRFS3) 

Após sequência de perdas, a BRF (BRFS3) deu indícios de recuperação em maio, figurando segundo lugar no ranking de melhores ações do mês, com alta de 15,24%. O balanço do 1T22 do frigorífico (divulgado em 4 de maio) não agradou o mercado e fez com que os papéis da empresa amargassem queda. Alguns analistas enxergaram a baixa como oportunidade e veem potencial de valorização nas ações. 

Os especialistas que defendem essa visão apontam que a produção da BRF é complexa e demora para se recuperar, e, apesar de tudo, a rentabilidade nominal divulgada recentemente parece se aproximar do 3T21, quando o Ebitda foi considerado razoável.

Os papéis da BRF oscilaram durante maio com altas e baixas e terminaram o mês no positivo.

3 – Banco Bradesco PN (BBDC4)

O setor de bancos se beneficiou do contexto de maio e o Bradesco teve a maior recuperação do segmento, tanto em suas ações ordinárias (BBDC4) quanto nas preferenciais (BBDC3), que obtiveram alta de 14,02% e 13,21% respectivamente.

Analistas apontam que o segmento bancário se destacou porque o investidor estrangeiro quer aumentar a exposição no Brasil através de bancos.

Os papéis do Bradesco ocuparam o terceiro lugar no ranking das melhores ações de maio.

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4 – Eneva (ENEV3)

Com alta de 13,56%, a Eneva (ENEV3) ficou na quarta melhor posição no mês de maio. O resultado do 1T22 foi regular: houve números neutros e o Ebtida em queda no comparativo anual. 

Foi a perspectiva de crescimento para os próximos anos que animou os investidores. O rumor da aquisição das Centrais Elétricas de Sergipe (Celse), que circulou na última semana de maio, fez os papéis subirem. Isso porque a Celse é a maior termelétrica da América Latina, movida a gás natural e com capacidade de expansão.

A Eneva se destacou em maio, com a rentabilidade superando o Ibovespa. 

5 – Banco Bradesco ON (BBDC3) 

Ocupando o quinto lugar do ranking de melhores ações de maio de 2022 está o Bradesco novamente, dessa vez com suas ações ordinárias (que dão direito a voto), e não com as preferenciais (que dão preferência no recebimento de proventos). 

Além do bom desempenho do setor bancário em maio, como explicamos acima, os papéis do banco tiveram boa performance, pois, de acordo com analistas, estavam em patamares inferiores em relação aos bancos concorrentes. Logo, investidores enxergaram oportunidade – tanto em BBDC4 quanto em BBDC3.

O desenho no gráfico da rentabilidade de BBDC3 foi bastante similar ao do BBDC4 com alta constante durante maio.

Piores ações maio 2022: maiores baixas do Ibovespa

BaixasAtivoEmpresaVariação %
1MGLU3Magazine Luiza-23,77%
2HAPV3Hapvida-23,38%
3PETZ3Petz-20,35%
4CVCB3CVC-17,65%
5BIDI11Banco Inter-17,01%

Fonte: GorilaFLOW.

1 – Magazine Luiza (MGLU3)

Os papéis da Magazine Luiza novamente figuraram entre as maiores quedas do mês, encabeçando a lista de baixas de maio com tombo acumulado de 23,77%.

O cenário macroeconômico mais desafiador, com inflação e juros elevados, segue desincentivando o consumo das famílias, o que prejudica principalmente o setor varejista, mas foi a divulgação do balanço do primeiro trimestre que realmente afundou as ações.

Apesar de reverter a perda de rentabilidade e apresentar ganhos em vendas e nas margens, a maior entrada de concorrentes asiáticos, como Shopee e Aliexpress, e a projeção de que o cenário macro deva continuar a pressionar o crescimento da empresa fizeram com que os papéis da varejista despencassem quase 11% no dia da publicação do resultado.

As ações MGLU3 despencaram 11,46% no pregão do dia 17/05, após a divulgação do resultado da companhia.

2 – Hapvida (HAPV3)

Em segundo lugar na lista de maiores baixas de maio, se encontram as ações da operadora de planos de saúde Hapvida, que caíram 23,38% no mês.

Assim como para a Magalu, o maior gatilho para a queda dos papéis foi a divulgação do balanço corporativo da companhia. O aumento de cancelamentos dos planos, com a redução de quase 64 mil usuários da base, somado à queda do ticket médio e ao aumento da sinistralidade de caixa preocuparam o mercado, derrubando os ativos da companhia em quase 17% no pregão do dia 17/05.

Os papéis da Hapvida também despencaram no dia 17/05, chegando a acumular baixa de 26% no mês.

3 – Petz (PETZ3)

Da mesma forma que a Magazine Luiza, as ações da Petz vêm sendo fortemente prejudicadas pela política monetária contracionista do Banco Central na tentativa de conter a inflação, que acaba afetando a receita das varejistas pela redução do consumo.

Ainda no começo do mês, os papéis da rede de pet shop atingiram sua mínima histórica, abaixo da cotação do IPO, após a publicação dos resultados do primeiro trimestre. O documento não desagradou os analistas de investimento, que observaram aumento de 57,7% do lucro líquido quando comparado ao mesmo trimestre de 2021, mas o cenário prospectivo mais desafiador deve seguir penalizando o crescimento da empresa.

A PETZ3 fechou o mês de maio com desvalorização de 20,35% em seus papéis.

4 – CVC (CVCB3)

Os resultados do primeiro trimestre da CVC não desapontaram o mercado, que ficou com um sentimento misto após a publicação no começo do mês. O Ebtida positivo contentou o mercado, mas as reservas ainda fracas e a incerteza diante da recuperação do setor de turismo internacional e a elevação do preço das passagens e dos combustíveis fez com que as ações da companhia desandassem e caíssem 17,65% em maio.

Os ativos da CVC se mantiveram em terreno negativo ao longo de todo o mês de maio.

5. Banco Inter (BIDI11)

Apesar da valorização do setor bancário no mês, que se beneficiou das taxas de juros elevadas, as ações units do Banco Inter apresentaram a quinta pior baixa de maio, encerrando em queda de 17,01%. O corte de 50% no preço alvo das ações pelo Bank of America como resposta às preocupações sobre a rentabilidade do banco e o cenário mais desafiador para ativos de tecnologia foram alguns dos culpados.

Ainda nesse mês, o Inter oficializou sua transição para a bolsa de valores americana, Nasdaq, o que o mercado olhou com otimismo.

BIDI11 apresentou a quinta maior queda do índice Bovespa maio.

Contexto de maio

Em maio, o principal índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, se recuperou da drástica queda observada em abril e registrou ganhos acumulados de 3,22%, aos 111.350 pontos. Dentre os principais motivos estão as decisões de política monetária ao redor do mundo, a perpetuação da guerra da Ucrânia, as medidas restritivas adotadas na China, a recuperação das bolsas americanas e a temporada de balanços brasileira encerrada há duas semanas.

Política monetária

A política monetária doméstica e externa novamente impactou as movimentações da renda variável brasileira. No começo do mês, tanto o Banco Central do Brasil quanto o Federal Reserve americano anunciaram suas decisões de política monetária ocorridas nas reuniões dos dias 03/05 e 04/05. 

No Brasil, em linha com as expectativas do mercado, a autoridade monetária subiu a taxa Selic em 1 p.p., para 12,75% ao ano. No entanto, ao contrário do que havia sido anunciado no comunicado anterior, o ciclo de aperto monetário brasileiro não foi encerrado nessa ocasião e deve se prolongar até que a inflação se encontre sob controle.

Na contramão do Brasil, o ciclo de aperto monetário americano está apenas começando. Na decisão de maio, o Fed acelerou o ritmo de altas dos Fed Funds para 50 bps, ritmo mais elevado desde 2000, jogando a taxa de juros da economia americana para o intervalo de 0,75% a 1%. No comunicado e, posteriormente, na coletiva de imprensa, foi sinalizado que os dirigentes da autarquia apoiam amplamente que o ritmo de elevações siga no mesmo patamar para, pelo menos, as próximas duas reuniões.

Temporada de Balanços

A temporada de balanços corporativos do primeiro trimestre também foi protagonista nas altas e baixas do mês, com grande parte dos resultados sendo divulgada em maio.

Na visão geral, a temporada foi vista como positiva, obtendo bons resultados no primeiro trimestre do ano os setores de utilities (empresas de energia elétrica, saneamento básico e gás natural), com a elevação do preço da energia, shoppings centers, que vêm observando uma retomada da atividade com o fim das restrições de mobilidade, e os grandes bancos, beneficiados pela alta dos juros. 

A corrosão do poder de compra da população pela inflação elevada e o desincentivo ao consumo pela alta taxa de juros fizeram com que o varejo apresentasse resultados mistos. Na alta renda, empresas como Arezzo e Vivara tiveram resultados positivos, porque possuem clientes das classes A e B, menos pressionadas pela alta inflacionária, enquanto empresas como Magalu e Petz decepcionaram.

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