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Melhores ações outubro 2022: altas e baixas

Em mês de eleição, o Ibovespa chegou a perder 7 mil pontos em apenas 3 pregões. Veja as piores e melhores ações de outubro de 2022.
9 min de leitura

Outubro de eleição só acontece a cada quatro anos na Bolsa. Em 2022, o período foi de alta volatilidade: o mercado respondeu à corrida eleitoral em dois momentos. 

Para se ter ideia da movimentação, o Ibovespa perdeu 7 mil pontos em apenas 3 pregões. Contudo,  o saldo foi positivo e o índice encerrou outubro aos 5,45%.

Petroleiras como a 3R Petroleum e PRIO foram os destaques positivos, enquanto a MRV e IRB lideraram a ponta negativa, próximas a terem seus papéis abaixo de R$ 1.

Quer entender o resultado das piores e melhores ações de outubro de 2022? Continue lendo o artigo!

Melhores ações outubro 2022: maiores altas do Ibovespa

AltasAtivoEmpresaVariação %
1RRRP33R Petroleum29,94%
2PRIO3PRIO28,77%
3BRKM5Braskem27,93%
4WEGE3Weg24,64%
5LWSA3Locaweb21,0%

Fonte: GorilaFLOW

1 – 3R Petroleum (RRRP3)

Com ganhos de 29,94%, a 3R Petroleum (RRRP3) liderou as maiores altas de outubro de 2022. Analistas do Bank of America avaliam que a petrolífera tem potencial para expandir sua produção através das aquisições de feitas nos últimos anos.

Em outubro, a 3R concluiu a compra do Polo Potiguar da Petrobras, no Rio Grande do Norte, por U$ 1 bilhão. Para o investimento, a companhia assinou um contrato com o BTG Pactual para emissão de debêntures e levantamento de U$ 500 milhões. A transferência da operação deve acontecer no primeiro trimestre do próximo ano. 

Nos últimos anos, a 3R adquiriu nove conjuntos de campos de óleo e gás, praticamente todos da Petrobras. Com as aquisições, a petroleira prevê um salto expressivo na produção, de 16 mil boe/d para 90 mil boe/d nos próximos quatro anos. 

Leia também:
Top 10 ações melhores pagadoras de dividendos em 2022

Os papéis da 3R Petroleum tiveram a maior valorização de outubro. Gráfico: GorilaFLOW.

2 – PRIO (PRIO3)

Em segundo lugar, alçando voo de 28,77% em outubro, está a PRIO (PRIO3), antiga PetroRio. A companhia iniciou o período anunciando um crescimento trimestral de 37% na produção de petróleo no 3TRI22. A boa notícia veio logo após recorde de maior produção mensal de 2022 atingido em setembro. 

A produção expressiva foi possível graças à produção da Albacora Leste, na Bacia de Campos, ativo comprado da Petrobras no fim de abril. 

No 3T22, a receita reportada pela empresa foi de U$ 378,1 milhões, alta de 110% ante o período homólogo. Já o lucro líquido foi de US$ 153,7 milhões, resultado que indica alta de 542% sobre o mesmo período do ano anterior. 

Apesar de algumas oscilações, as ações da PRIO3 subiram 28,77% em outubro. Gráfico: GorilaFLOW.

3 – Braskem (BRKM5)

A petroquímica Brasken viu seus papéis subirem 27,93% em outubro. O destaque mensal aconteceu após a circulação de notícias sinalizando o interesse gestora Apollo em comprar 100% da companhia. Segundo o Pipeline, a Unipar também tem interesse em adquirir a empresa. 

Atualmente, o valor de mercado da Braskem é de R$ 27,1 bilhões, com a composição acionária dominada pela Petrobras (47%) e pela Novonor (50,1%), antiga Oderbrecht. Ambas controladoras já demostraram interesse em vender suas participações.

No ano, a empresa acumula queda de 39%. Na prévia operacional do 3TRI22 as vendas no Brasil permaneceram estáveis e as exportações caíram 18%. 

Analistas do Citi retiraram a recomendação de compra dos papéis da Braskem, rebaixando-os para recomendação neutra. O Citi vê o cenário muito difícil pela frente devido à queda dos spreads no curto e médio prazo, maiores efeitos inflacionários nos custos impactando negativamente as margens da empresa, bem como incertezas advindas do cenário macroeconômico e político, causando distúrbios na demanda por produtos da Braskem. 

Em relatório, o BTG afirmou que os investidores continuam vendo a venda como um dos poucos gatilhos para os papéis. 

As ações da Braskem aproveitaram um rumor de suposta compra na 2º semana do mês para performar entre as maiores altas. Gráfico: GorilaFLOW.

4 – WEG (WEGE3)

Na quarta posição das melhores ações de outubro de 2022 está a WEG (WEGE3), com alta de 24,64%. As exportações da fabricante de motores e equipamentos é beneficiada com a depreciação do real. Além disso, os fortes resultados do 3TRI22 animaram o mercado.  

O lucro no período subiu 42,5% e atingiu R$ 1,16 bilhão, ficando 18,5% acima da expectativa. Analistas da XP e do Credit Suisse enxergam a empresa com otimismo. 

Os papéis da Weg ficaram na quarta posição entre as melhores ações, a empresa superou as expectativas do lucro líquido no trimestre. Gráfico: GorilaFLOW.

5 – Locaweb (LWSA3)

As ações da Locaweb (LWSA3) subiram 21% em outubro. A empresa anunciou planos para ampliar serviços financeiros e o lançamento de uma marca para atender clientes corporativos. Além disso, para o ano que vem, a companhia pretende expandir canais de vendas globais.

O Goldman Sachs, após elevar o preço-alvo do LWSA3, afirmou que a empresa tende a surfar na digitalização no Brasil. A análise positiva é reiterada por instituições como Safra e Banking of America.

A Locaweb fecha o ranking das altas, com uma valorização de 21%. Gráfico: GorilaFLOW.

Piores ações outubro 2022: maiores baixas do Ibovespa

AltasAtivoEmpresaVariação %
1MRVE3MRV-18,44%
2IRBR3IRB-15,45%
3PETZ3Petz-14,06%
4AMER3Americanas-9,60%
5VALE3Vale-6,86%

Fonte: GorilaFLOW

1 – MRV (MRVE3)

Liderando as perdas de outubro de 2022 está a construtora MRV (MRVE3), que em setembro já ranqueava na 2ª posição nas maiores baixas. Em outubro, o recuo foi de 18,44%.

O cenário não é favorável para o segmento: a inflação elevada tira a margem das construtoras e os juros altos desencorajam a compra de imóveis. No caso da MRV, a ancoragem em construções de baixa renda faz com que o impacto seja maior, já que o público alvo da empresa tem o poder de compra ainda mais reduzido no cenário atual. 

No pregão do dia 31, após a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022, as ações tiveram leve recuperação, com alta de 3,8%. A MRV era uma das apostas do mercado na “Carteira Lula” caso o candidato vencesse a eleição. Isso porque Lula prometeu em campanha fortalecer programas de habitação de baixa renda trazendo de volta o Minha Casa Minha Vida. 

As ações da MRV desabaram após as prévias operacionais virem abaixo do esperado. Gráfico: GorilaFLOW.

2 –  IRB (IRBR3)

Com queda de 15,45%, a resseguradora IRB (IRBR3) aparece entre as maiores baixas da Bolsa em outubro, repetindo o destaque negativo de setembro. No final do mês, a empresa terminou mês como penny stock – valendo menos de R$ 1, o que pode levar a grupamento de ações, de acordo com regras da B3. 

No mês, a IRB apresentou os resultados de agosto, quando obteve prejuízo líquido de R$ 164,7 milhões, ante o lucro de R$ 84,8 milhões no mesmo período do ano anterior.  Nos oito primeiros meses de 2022, o prejuízo líquido acumulado chegou a R$ 516,4 milhões, ante o prejuízo de R$ 168,9 milhões no período homólogo em 2021.

A IRB é a empresa com maior perda no ano, com queda de 70%. A companhia se encontra em maus lençóis após escândalos de manipulação de dados nos balanços e mentiras sobre uma suposta compra de ações pela empresa de Warren Buffet.

Os papéis da seguradora IRB Brasil estão na vice-liderança entre as quedas do mês de outubro. Gráfico: GorilaFLOW.

3 – Petz (PETZ3)

Outubro, assim como a maioria dos meses de 2022, foi difícil para as varejistas. A Petz (PETZ3) fechou o mês aos -14,06%. Alguns especialistas afirmam que a Petz é uma das small caps mais descontadas da Bolsa. 

No dia 10 de novembro, a companhia irá divulgar os resultados do último trimestre. A expectativa é de números mistos, com desempenho sólido de receita, embora a margem siga pressionada devido aos planos de expansão da companhia. 

A Petz amargou uma queda brusca na primeira semana de outubro. Gráfico: GorilaFLOW.

4 – Americanas (AMER3)

Os papéis das Americanas (AMER3) entraram no ranking de maiores baixas de outubro de 2022 após recuo acumulado de 9,60%. As razões para isso são, também, o cenário macroeconômico global que prejudica o varejo. Os preços mais caros implicam menos vendas e os juros altos para conter a alta dos preços também negativam a performance. 

Entre os e-commerces analisados pela XP, a Americanas teve o maior prejuízo no 3TRI22. O balanço do período será divulgado no início de novembro e a varejista deve ficar negativa em R$ 344 milhões. 

As ações das Lojas Americanas tombaram em quase 10%, com resultados fracos do 3º trimestre. Gráfico: GorilaFLOW.

5 – Vale (VALE3)

A Vale, ação com maior peso no Ibovespa, encerrou outubro aos -6,86%. O resultado negativo se concentrou no final do mês após baixas no preço do minério do ferro e a divulgação dos resultados da companhia no 3TRI22, que decepcionou o consenso de mercado. 

No balanço, o que mais chamou a atenção dos analistas foi o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização), que ficou 43,4% abaixo do resultado do mesmo período de 2021. A expectativa era de recuo para cerca de U$ 4,5 bilhões e o resultado foi de U$ 4,002 bilhões.

A queda do preço do minério de ferro e resultados decepcionantes no 3º tri colocaram a Vale entre as cinco empresas que mais desvalorizaram em outubro. Gráfico: GorilaFLOW.

Contexto de outubro

Eleições

As eleições foram o centro das atenções dos noticiários do mês de outubro, com grande impacto sobre os ativos brasileiros, principalmente aqueles ligados às empresas estatais. A bolsa brasileira atravessou um mês bastante volátil, após o primeiro turno das eleições presidenciais, que levou o atual presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula ao segundo turno.

A vitória de Lula favoreceu o Ibovespa no último pregão do mês, apesar do mercado seguir aguardando os nomes que irão compor o próximo governo.

Temporada de Balanços

O mês de outubro também foi marcado pelo início da temporada de balanços, tanto no cenário internacional quanto doméstico. 

Lá fora, os grandes bancos americanos abriram a temporada e agradaram os mercados ao emplacarem resultados acima das expectativas, apesar da conjuntura econômica limitar o aumento das receitas. Outras empresas, como Netflix, também obtiveram bons resultados, e avançaram nos pregões. No entanto, o mercado se decepcionou com os números das big techs, como Amazon, Tesla e Meta, levando a uma derrocada dos papéis de tecnologia.

No Brasil, a temporada teve início mais para o final do mês, com desempenho ainda tímido. Os mercados devem se atentar aos resultados das principais empresas brasileiras ao longo de novembro.

Reino Unido

As bolsas inglesas enfrentaram alta volatilidade no mês de outubro, seguindo a crise fiscal e política enfrentada pelo país. Após os mercados da Inglaterra despencaram nos últimos pregões de setembro, o início do mês foi marcado por otimismo frente à reversão do pacote fiscal anunciado ainda no mês anterior.

Com apenas 45 dias à frente do posto e dias após a demissão de seu secretário das finanças, Liz Truss renunciou ao cargo de primeira-ministra britânica, sendo sucedida por Rishi Sunak. O mercado olhou com bons olhos para a transição, com reflexo na redução dos rendimentos dos títulos da dívida britânicos.

Política Monetária

Enquanto a decisão do Copom não trouxe nenhuma novidade para os investidores, com a manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano, a política monetária norte-americana movimentou o mercado e os treasuries do país.

Apesar do FOMC se reunir apenas no início de novembro, os pronunciamentos ambíguos de dirigentes do Fed e os novos dados da atividade econômica dos EUA levaram o mercado a apostar em uma nova alta da taxa de juros. Expectativa é um aumento de 75 bps para próxima reunião, ao mesmo tempo em que se espera a adoção de um tom menos agressivo no comunicado e no discurso da autarquia.

O PCE, principal medida de inflação acompanhada pelo Fed, registrou alta de 6,2% em setembro no acumulado de 12 meses, com estabilidade frente a agosto e em linha com as expectativas do mercado. Agora, os analistas devem acompanhar os próximos dados do mercado de trabalho para poder traçar um bom entendimento do futuro da política monetária do país.

Europa

A Europa atravessou mais um mês de grande incerteza, com a nova escalada das tensões do leste europeu e as crises energética e inflacionária batendo na porta. Na Zona do Euro, a inflação ao produtor novamente superou as expectativas dos investidores e acumulou ganhos superiores a 40% nos 12 meses terminados em setembro. A inflação ao consumidor no bloco bateu recordes na série histórica, saltando para 10,7% na comparação anual. A atividade do continente também cedeu e os PMIs da Alemanha, Zona do Euro e Reino Unido recuaram em outubro.

Ásia

As bolsas asiáticas foram penalizadas no mês de outubro, com a retomada das medidas restritivas diante da evolução dos casos de covid na China. A perpetuação da pandemia atrapalhou as expectativas sobre a atividade do país, apesar do PIB do terceiro trimestre sugerir um aquecimento da economia acima do projetado.

O aumento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, com embargo da importação de semicondutores, também prejudicou os mercados globais, com ênfase para o setor de tecnologia.

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