Por que as empresas estão se tornando fintechs?
Recentemente, o Facebook divulgou planos de lançar a sua moeda digital chamada Libra e deu o que falar. Nesse cenário de economia compartilhada e disrupção de serviços uma pergunta que surge é por que as empresas estão se tornando fintechs.
Em março, a Apple anunciou que terá cartão de crédito que funcionará junto com app do iPhone. A novidade está sendo criada em conjunto com o banco Goldman Sachs e deve ser lançada nos Estados Unidos ainda este ano, mas sem previsão de chegada ao Brasil. Por enquanto, apenas funcionários do setor de vendas da Apple e grupos corporativos da empresa têm acesso e estão utilizando o Apple Card em fase de testes. O cartão não terá taxas de anuidade, de atraso de pagamento ou “estouro” de limite.
Mas voltando ao caso do Facebook, poucos dias após a divulgação do projeto da moeda representantes na Câmara dos Estados Unidos pediram que a empresa de Mark Zuckerberg suspenda imediatamente o lançamento do Libra até que eles analisem os riscos da moeda digital à economia.
A questão que está em jogo é o receio é de que falhas de segurança ou regulações impróprias possam ameaçar a estabilidade do sistema financeiro dos Estados Unidos e do mundo.
Como a ideia é lançar uma moeda digital baseada em blockchain, mas sem a volatilidade do bitcoin, o Facebook diz que as regras do Libra serão definidas pela Associação Libra. A entidade é formada por cerca de 30 empresas, incluindo Visa, Mastercard, PayPal, Mercado Pago, Spotify, Uber e a Calibra — uma subsidiária do Facebook para oferecer serviços financeiros.
A princípio, a Calibra permitirá apenas transferências entre indivíduos. Mas o objetivo é adicionar, com o tempo, outros tipos de serviços como pagamentos de contas, compras usando QR Code, pagamento de transporte público e até empréstimos. Dessa forma, o Facebook pretende que o Libra ajude na inclusão de 1,7 bilhão de adultos que estão fora do sistema financeiro global.
Privacidade
Um ponto crucial sobre a suspensão de lançamento da moeda por parte da corte americana é a questão da privacidade. Por algumas vezes, o Facebook já teve vazamento de dados pessoais de seus usuários. Um dos casos mais famosos foi o compartilhamento indevido de dados de usuários de um quizz de Facebook com a empresa de consultoria Cambridge Analytica.
O Facebook, por sua vez, afirma que em relação ao Libra não terá acesso a dados financeiros dos usuários, e que as transações não serão utilizadas para melhorar a precisão dos anúncios.
No Brasil
Já no Brasil, algumas empresas também estão se tornando fintechs por colocarem um pé no cenário financeiro. Visando a população que não tem conta em banco e também para expandir suas frentes de negócio, a Pernambucanas anunciou o lançamento de sua conta digital.
A abertura do serviço é feita digitalmente com auxílio dos funcionários da loja e o cartão é entregue em até dez minutos. Com a conta digital os clientes podem realizar saques, depósitos e transferências entre contas, fazer compras em lojas físicas e virtuais, gerar boletos, pagar contas, recarregar celulares, além de cupons de desconto e ofertas exclusivas.
E de olho nas classes C, D e E, a Via Varejo, empresa dona das Casas Bahia, anunciou uma aliança com a fintech Airfox e criou a BanQi. O banco digital oferecerá opções de depósitos e saques gratuitos, pagamento de boletos e QR code, transferências, recargas de celular, bilhete único e acesso ao carnê digital das Casas Bahia.
Já a Natura recentemente lançou parceria com o banco Santander para oferecer conta digital focada nas mais de 1 milhão de consultoras de vendas de cosméticos. A Conta Natura será gerenciada totalmente pela internet, sendo permitido fazer depósitos, transferências, saques, contratação de crédito pessoal, um cartão pré-pago e até maquininha de cartão.
Razões
Expandir os negócios e conquistar mais clientes é um ponto em comum entre muitas empresas. E como a internet vem se transformando cada vez mais em uma rede em que trafegam transações financeiras, as empresas querem atuar no sistema, gerar mais lucro e serem mais competitivas.
Leia também: Como os bancos lucram com investimentos e empréstimos
Além disso, a queda nas vendas, como foi o caso da Apple, que reportou pela primeira vez um recuo nas vendas de um trimestre de fim de ano devido principalmente à queda da venda de seus iPhones na China, pode mudar a estratégia e com isso novas formas de se tornarem quem sabe fintechs.
Esse modelo de diversificar suas operações e se antecipar à concorrência também é conhecido por Corporate Ventures (CV). Assim, uma empresa grande e estabelecida compra uma participação relevante ou a totalidade de uma fintech e incorpora a funcionalidade em seu negócio.
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