Além dos limites: como a IA está moldando um novo paradigma para a humanidade
No último dia 10 de outubro, o Congresso Planejar 2023 contou com a presença de Walter Longo para falar sobre o futuro do mundo com a incorporação da Inteligência Artificial (IA). Longo é publicitário, administrador de empresas, empreendedor digital, palestrante internacional e sócio-diretor da Unimark Comunicação.
“Nunca houve na humanidade algo tão grande, tão abrangente e com tanto impacto”, iniciou Longo, comparando a IA a uma simbiose entre o Oráculo de Delfos e a lâmpada de Aladim.
Para o publicitário, com o advento dessa tecnologia, “cada palavra tem poder” e “a única barreira hoje é a imaginação humana, para todo o resto há ferramentas”, sendo o ChatGPT apenas a ponta do iceberg.
Longo reconheceu que frente a esse cenário há a visão pessimista de que, inicialmente, a IA vai ampliar nossas habilidades para futuramente “tomar nossos lugares”. O sócio-diretor da Unimark elencou os argumentos dessa esfera de opinião, como a possibilidade de escala de trabalho 24/7 e o baixo custo.
Contudo, “a IA não quer nada, o desejo é algo humano”, afirmou, defendendo sua visão otimista para o futuro. Longo acredita que a relação entre IA e humanidade será de adição, e não de substituição.
Parafraseando Paul Tudor Jones, o empreendedor digital disse que a partir de agora nenhum homem será melhor que uma máquina, mas nenhuma máquina será melhor do que um homem com uma máquina. “A IA não vai tirar nosso emprego, alguém usando IA é que vai fazer isso”, completou.
Longo defendeu a ideia de que no futuro tudo que não puder ser digitalizado terá mais valor. “Em terra de robô, quem tem coração é rei”, sintetizou. Para ele, emoções, intuição, consciência, compaixão e empatia são alguns dos valores humanos que jamais poderão ser substituídos. E, com a ascensão das máquinas, teremos mais tempo para nos dedicarmos à evolução desses valores.
Um médico que levará apenas alguns segundos para comparar uma tomografia com milhões de outros resultados antes de dar um diagnóstico terá mais tempo para perguntar como o paciente está se sentindo, exemplificou. “A tecnologia não veio para tirar empregos, e sim para devolver nossa humanidade”, disse.
O publicitário defende a visão otimista porque, segundo ele, a forma como vemos o futuro dirige nossas ações “e é através das ações que o futuro se faz”.
Sobre o mercado, o especialista analisou que, em geral, agentes financeiros utilizam para suas análises duas dimensões de influência: a econômica, com todos os seus gráficos de avaliação e performance; e a política, que considera os impactos nos humores do mercado.
“O que normalmente desprezam é a gigantesca influência da tecnologia no destino das empresas”, afirmou. Longo trouxe como exemplos a desconsideração da influência do WhatsApp na receita das telefônicas ou o efeito Pix nos resultados dos grandes bancos.
“Não olhamos para tecnologia do mesmo jeito que olhamos para política e economia. No futuro, é esse o tripé que nos permitirá olhar para as consequências de mudanças”.
Longo foi questionado sobre a dificuldade em saber o que é verdadeiro ou não com o uso de recursos de IA. “Nós já não sabemos”, respondeu. O palestrante argumentou que esconder um dos lados da história também é fake news e isso vem acontecendo desde o século passado.
“É para isso que deve existir a autorregulamentação. Nós, publicitários, quando sentimos que havia muitas mentiras na publicidade criamos o Conar [Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária]”, lembrou.
Longo defende a ideia da criação de um blockchain individualizado que permita saber quem escreveu o quê, para que a lei processe as infrações. Para ele, não é “brecando” a tecnologia que se evita o pior. “O único jeito de combater os problemas de tecnologia é com mais tecnologia”, falou.
Sobre a desigualdade social e de acesso à tecnologia, Longo afirmou que “o mundo será dividido entre os curiosos e os descuriosos. Os curiosos serão a elite do mundo. Os descuriosos serão a massa de manobra”. O empreendedor digital afirmou que a internet hoje dá acesso “ao interior do Piauí”, mas o problema é que “83% do que buscamos na internet é bobagem”. “Devemos fazer um esforço de estimular a curiosidade”, aconselhou.
“Não estamos mais em tempos de mudança, mas sim numa mudança de tempo”, finalizou.
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